Busca ativa por pessoas que não recebem auxílio emergencial do governo federal deve contar com apoio de secretarias municipais. É o primeiro projeto do grupo dedicado a encontrar alternativas de recuperação da economia pós-pandemia
03-07-2020 | 08:50:22
Um dos temas debatidos na reunião online, mensal, do Comitê Pró-Economia nesta quinta-feira (2), foi a efetivação do projeto de identificação de pessoas que deveriam estar recebendo benefícios sociais, como o auxílio emergencial. O grupo ainda falou sobre a importância de construir um projeto de desenvolvimento geral e a longo prazo para o município e sobre o atual momento da pandemia do novo coronavírus em Pelotas.
A videoconferência foi aberta com a retomada da proposta feita no último encontro entre os representantes de vários setores da economia local de identificar a população considerada "invisível", ou seja, que está à margem de alguns benefícios sociais, como o atual auxílio emergencial. Os representantes das duas universidades, Federal e Católica, professores Rafael Garcia e Ezequiel Megiato, sugeriram a busca ativa pelos moradores de Pelotas, como forma de começar a concretizar a proposta, contando com o auxílio do Município e até mesmo igrejas que executem trabalho social.
"Através de uma ação conjunta com outras áreas, como a saúde, a assistência social, que realizem um trabalho mais próximo dessa população poderemos ter um número real de quantas pessoas fazem parte desse público que, inclusive, não tem informação sobre o benefício que pode receber", explicou Megiato, que propôs a criação de um formulário a ser preenchido durante a ação.
A prefeita demonstrou interesse na proposta, já que pode ser a forma mais ágil de encontrar essas pessoas: as que se tornaram "invisíveis" pela perda momentânea da renda e estão fora de programas sociais e, também, as que nunca tiveram acesso.
"Precisamos saber o tamanho dessa população, onde ela está, para determinar como agir para ajudar essas pessoas. Vou encaminhar a proposta, à Secretaria Municipal de Saúde (SMS), de que os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) sejam os interlocutores desse cadastramento nos bairros, assim como à Secretaria de Assistência Social (SAS) através do trabalho realizado pelos CRAS", se comprometeu Paula, que também se disponibilizou para mobilizar igrejas católicas e evangélicas nesse mutirão de mapeamento.
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O grupo também deliberou sobre a sugestão do presidente da Aliança Pelotas, Amadeu Fernandes, para a construção de um Plano de Desenvolvimento Geral para o município. "Precisamos começar a pensar, a exemplo de outros municípios que já têm esse tipo de iniciativa, um projeto capaz de ultrapassar governos e acompanhar as necessidade de desenvolvimento da sociedade local", destacou o empresário.
A proposta deve ser estruturada a partir do compartilhamento de informações e necessidades dos setores que compõem a economia local, que devem ser representados pelas entidades setoriais. "Precisamos aproveitar o momento e ter uma conversa com os setores, saber que projetos tinham antes do coronavírus e o que pretendem manter, assim podemos passar a delinear um plano de desenvolvimento a longo prazo", propôs Megiato.
Paula aprovou a ideia e solicitou aos representantes do comércio local que alinhem a pauta para que na próxima reunião do Comitê, o grupo seja o primeiro setor local a expor o momento atual vivido e o que espera do futuro.
A gestora municipal compartilhou com os integrantes do Comitê Pró-Economia a preocupação com o agravamento da pandemia causada pelo novo coronavírus em Pelotas. Paula explicou que a estabilidade mantida até pouco tempo, está sendo substituída pelo aumento no número de casos e o agravamento da situação das pessoas contaminadas, com destaque para os internados.
"Temo que possamos entrar na bandeira vermelha - do modelo do distanciamento controlado do governo do Estado - e, isso pode representar darmos alguns passos para trás e até mesmo sermos mais rígidos. Tudo para não chegarmos ao colapso do nosso sistema de atendimento hospitalar", salientou a gestora.
A prefeita também expôs aos participantes do Comitê novos obstáculos que têm surgido para a ampliação do atendimento especializado em casos de infecção pelo novo coronavírus, entre eles a falta de profissionais para formar as equipes de profissionais de saúde. " Estamos vivendo um momento difícil para a contratação de profissionais, principalmente de pessoas mais experientes em casos graves. Não existem médicos, enfermeiros disponíveis", desabafou.
Ainda sobre as ações de enfrentamento à Covid-19, a possibilidade de mapear as pessoas infectadas, como uma forma de prevenção à expansão da pandemia, foi sugerida pelo professor de economia da UFPel, Felipe Garcia. "Precisamos saber onde estão esses contaminados, em quais setores as pessoas estão mais expostas, assim podemos ajudar a evitar o contágio", explicou.
A ação de classificar as pessoas com testes positivos a partir dos setores econômicos em que atuam, foi anunciada como uma das próximas iniciativas da administração municipal.
Mas o que precisamos, com urgência, é que as pessoas voltem a cumprir o isolamento social, sigam os protocolos determinados nos decretos municipais - vamos manter as fiscalizações , sermos mais rígidos-, para que tenhamos fôlego para atendermos quem ficar doente e precisar do sistema de saúde", disse Paula ao pedir que os integrantes do Comitê multipliquem o alerta da necessidade de cumprir as normas de prevenção à Covid-19.
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