Relatório leva em conta números de 2017 e foi elaborado por meio de parceria entre a UFPel e a Prefeitura
13-03-2019 | 11:09:21
O setor de Turismo começa a ganhar fôlego na cidade, como demonstra o crescimento do número de vagas e de estabelecimentos voltados à área entre 2016 e 2017. É o que mostra relatório feito pelo Observatório Social do Trabalho da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), em parceria com a Prefeitura, por meio da Secretaria de Desenvolvimento, Turismo e Inovação (Sdeti). O estudo toma como base dados de 2017 e revela aumento da quantidade de empregos formais do setor – eram 3.581, em 2016; e passaram para 3.602, em 2017. Nas empresas de Turismo, saíram do patamar de 505 para 520 postos de trabalho.
Os resultados indicam que o segmento com maior participação no setor é o de alimentação, com 2.412 vínculos, seguido pelo serviço de transporte terrestre, em que atuam 508 profissionais. É o caso do taxista Aciolique Crizel, de 74 anos, que há 42 trabalha no entorno do Mercado Central. Ele já fez curso para atendimento ao turista e viu o Centro Histórico de Pelotas ganhar vida nos últimos 19 anos. “Já tivemos altos e baixos, mas hoje a região central está mais bonita e movimentada”, afirma o motorista, que não faz distinção entre moradores e turistas. “Todos são bem atendidos”.
O bom atendimento é o destaque para uma família de Caxias do Sul, em visita à cidade. A cobradora Cleonice Valim, de 33 anos, e o motorista Jeferson Barbosa, de 35 anos, escolheram Pelotas como o primeiro destino para o pequeno David, de seis meses. “É a primeira viagem dele e está sendo tudo muito tranquilo. Estamos gostando muito; todos são muito bacanas”, garante Cleonice, que fez questão de comprar lembrancinhas para a mãe em uma das lojas do Mercado Central, onde foi atendida pela comerciante Maria da Graça Argoud, de 59 anos.
Graça, como é mais conhecida, trabalha há mais de 20 anos no segmento de turismo e representa uma das faixas etárias atuantes no ramo: a das pessoas entre 50 e 64 anos que, em 2017, eram 16,5% do total. A maioria dos trabalhadores desse nicho tem entre 18 e 49 anos, representando 82,2% do todo. “Várias vezes pensei em sair, mas é o que gosto de fazer e, apesar das dificuldades, amo Pelotas e adoro divulgar o meu município”, garante a comerciante que durante anos foi guia de turismo local.
Segundo Liliane Caldas, do departamento de Planejamento e Projetos Turísticos da Sdeti, a área de Pelotas é formada, majoritariamente, por mulheres. Em 2017, conforme a pesquisa, elas ocuparam 56,5% das vagas, com destaque para os serviços de alimentação e hospedagem. Os homens representaram 43,5% dos vínculos, dedicando-se a trabalhos no transporte e em agências de turismo. Quanto à remuneração, a maior parte dos empregados ganha entre um e dois salários-mínimos (75%), enquanto 11% recebem de 2,1 a três salários-mínimos.