Iniciativa do Instituto JSLN – em parceria com a Prefeitura/Secult, União Gaúcha e BPP –, a programação inclui visita à estátua, teatro, exposição de artes visuais e palestra
Por Joice Lima 05-03-2020 | 19:23:43
Na próxima segunda-feira, 9 de março, se completam 155 anos desde o nascimento do escritor e empresário sul-rio-grandense João Simões Lopes Neto. Para marcar a passagem do aniversário, o Instituto João Simões Lopes Neto (IJSLN) preparou uma série de atividades ao longo do dia: visita à estátua, teatro, exposição de artes visuais e palestra. O evento é realizado em parceria com a Prefeitura de Pelotas, por meio da Secretaria de Cultura (Secult), CTG União Gaúcha João Simões Lopes Neto, primeira entidade a celebrar o aniversário do autor, e Bibliotheca Pública Pelotense (BPP), onde o literato atuou como secretário, durante anos.
"A visita ao túmulo de Simões e à estátua, desde que foi inaugurada em 2016, na praça, já é uma tradição dos simoneanos. O interessante é que esse ano a gente está vendo outras atividades acontecerem também, como as promovidas pela Bibliotheca Pública, pelo CTG União Gaúcha e também essa exposição tão interessante feita por iniciativa da Prefeitura com o IJSLN. Isso é prova de que cada vez mais há interesse na obra desse grande escritor brasileiro, nascido em Pelotas, João Simões Lopes Neto", disse a prefeita Paula Mascarenhas, que também foi a primeira presidente do IJSLN e o presidiu de 1999 a 2008.
Apontado por estudiosos e críticos como o maior escritor regionalista do Rio Grande do Sul, por ter procurado valorizar a história do gaúcho e suas tradições na produção literária, Simões morreu na cidade de Pelotas, em 14 de junho de 1916, aos 51 anos.
Iniciativa da Prefeitura de Pelotas/Secult e IJSLN, em parceria com o Laboratório de Curadoria do Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo (LACMALG), a exposição apresenta a produção visual pertencente ao Instituto que mantém, celebra e fomenta os estudos e pesquisas sobre a obra referencial desse importante escritor.
Trata-se da mostra de um acervo de imagens que enaltece o diálogo entre artes visuais, gráficas e literatura, e cuja diversidade e qualidade da coleção está associada à origem mesma do acervo do IJSLN. É possível distinguir três grupos de obras com características peculiares.
Um primeiro conjunto, e que talvez estabeleça as bases sobre as quais a riqueza figurativa da obra de João Simões Lopes Neto ganhou suas manifestações visuais iniciais, é justamente a obra gráfica desenvolvida por reconhecidos artistas e ilustradores para integrar importantes edições dos livros do escritor.
Em seguida, há as obras do relevante Prêmio João Simões Lopes Neto de Artes Visuais que, em suas quatro edições, agregou, ao acervo do Instituto, um conjunto de trabalhos alinhados à produção artística do Século XXI. Desta forma, atualizou o total de escrituras às manifestações da arte contemporânea, tanto em termos de linguagem, quanto pela pluralidade de suportes.
O terceiro, mais diversificado, apresenta uma coleção de trabalhos doados ao IJSLN por artistas que, por algum motivo, se reconhecem na obra do autor e pretendem prestar homenagem ou dar visibilidade às suas interpretações, em torno das temáticas regionais tratadas por Simões Lopes.
A totalidade dessa produção nos oferece, hoje, um panorama possível das relações entre Artes Visuais, Gráficas e Literatura, possibilitadas pela riqueza literária do escritor e das instituições empenhadas na manutenção e divulgação da cultura.
"A exposição que celebra o 155º aniversário do autor traz uma releitura contemporânea de obras importantes de Simões, realizadas ao longo das quatro edições do prêmio de Artes Visuais do IJSLN, que também permitiram a criação de importante acervo de obras de arte de Pelotas, agora sob a guarda do Instituto", destaca o secretário de Cultura, Giorgio Ronna.
A exibição inclui criações dos vencedores e menções honrosas do prêmio, bem como gravuras de Nelson Boeira Faedrich, que ilustram a edição de Lendas do Sul, de 1953, pela Marins Editora — e, atualmente, integram o acervo do IJSLN.
Os trabalhos – que ocupam as duas salas de exposição do Casarão 2, Inah Costa e Antônio Caringi, e podem ser vistos durante todo o mês de março, de segunda a sexta, das 8h às 14h – são de artistas gaúchos de Pelotas, Porto Alegre e São Paulo, além de outros estados brasileiros. Entre os participantes, Mariana Abasolo, Ricardo Garlet, Talita Hoffmann, Julio Bermudez, Elton Manganelli, Thiago Reis (no destaque) e Walter Karwatzki.