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Prefeitos da Azonasul discutem bandeira para a região de Pelotas

Entidade não deverá recorrer ao Estado. Municípios poderão fazer pedidos individuais para reavaliação de sua situação no modelo de Distanciamento Controlado

04-07-2020 | 18:36:57

Na manhã deste sábado (4), a prefeita Paula Mascarenhas participou de reunião online com os gestores municipais que integram a Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul). O encontro, que também contou com a participação da 3ª Coordenadoria Regional de Saúde e de secretários municipais de Saúde, teve o objetivo de avaliar a situação da região após a mudança para a bandeira vermelha no modelo de Distanciamento Controlado proposto pelo governo do Estado

A Azonasul, enquanto representante dos municípios, decidiu por não recorrer da alteração de bandeira, após grande parte dos prefeitos manifestarem apoio à situação de Pelotas e de Rio Grande, que são referência em saúde para a região. No entanto, a entidade deixou aberta a possibilidade das cidades recorrerem individualmente.

Na sua manifestação, a prefeita Paula destacou as dificuldades que tem enfrentado para conter a disseminação do novo coronavírus, e disse que vai avaliar, junto ao Comitê de Crise, as novas medidas que devem ser adotadas.

“Temos a obrigação de pensar em medidas com toda a responsabilidade que o momento exige. Os casos estão crescendo e se agravando. Além disso, os óbitos aumentaram em muito pouco tempo”, afirmou. 

Além de a cidade estar em uma posição crescente de casos, a Secretaria Municipal de Saúde esbarra na falta de profissionais para compor as equipes médicas, além dos estoques limitados de alguns medicamentos utilizados na sedação de pacientes para a intubação. Essas preocupações também foram compartilhadas pelos prefeitos de Canguçu, Vinícius Pegoraro (PMDB), e de Rio Grande, Alexandre Lindenmeyer (PT), que as apontam como os principais desafios nesse momento de enfrentamento à pandemia.

A delegada da 3ª Coordenadoria Regional de Saúde, Caroline Hoffmann, comentou sobre o trabalho que os municípios têm feito para minimizar os efeitos da contaminação, mas ponderou que, apesar das ações, a região R21 – na qual Pelotas está inserida como a maior entre as demais cidades -, conforme o modelo estadual, apresentou porcentagem de 144% a mais de internações registradas na última quinzena, além de maior incidência de casos verificada nos municípios da zona sul. Ela entende que não se tratam apenas de ações sanitárias e econômicas, mas que é preciso pensar que tudo está sendo feito para salvar vidas.

“Temos municípios sem casos e óbitos registrados, mas vivemos em um momento de transmissão comunitária. O governo do Estado abriu a possibilidade de recurso às cidades sem internações e mortes há no mínimo 14 dias”, ponderou Caroline.

A chefe do Executivo pelotense salientou, também, o levantamento feito pela Vigilância Epidemiológica do Município, com o apoio do Observatório de Segurança Pública, que apontou as áreas de atuação com maior índice de contaminação até o momento. Segundo a pesquisa, os profissionais da Saúde, seguidos dos atendentes do comércio e dos aposentados registram o maior número de confirmados para o novo coronavírus. “O resultado da pesquisa será levado à avaliação do empresariado. As medidas tomadas deverão considerar essa informação”, garantiu a prefeita.

O presidente da Azonasul e prefeito de Arroio Grande, Luís Henrique Pereira da Silva (PP), acompanhou as manifestações. Ao encerrar a pauta, definiu que, a princípio, a entidade não irá recorrer ao governo gaúcho, mas pediu que o diálogo fosse mantido, ao longo deste final de semana, para uma tomada de decisão mais acertada. “A maioria dos prefeitos são contrários ao recurso, no sentido de apoiar Pelotas e Rio Grande, pois entendem que, ao afrouxar as medidas, poderá aumentar o número de casos e, consequentemente, de internações nas cidades de referência”, finalizou. Os municípios têm até as 18h deste domingo (5) para enviar pedido de reavaliação, se for o caso. 

Prefeitos apoiam decisão

Parte das cidades que integram a Azonasul está enquadrada nas regras para manter as definições de bandeira laranja, apesar de, oficialmente, permanecer na vermelha. Por esse motivo, os municípios não precisarão recorrer. No entanto, alguns, como Capão do Leão, seguirão as medidas estabelecidas para a vermelha. Para o prefeito leonense Mauro Nolasco (PT), essa decisão não se trata de um gesto solidário, mas de responsabilidade, pois as medidas adotadas no seu município poderão sobrecarregar ainda mais a estrutura hospitalar de Pelotas, por exemplo. “A maioria dos municípios não tem leitos de UTI para atender seus pacientes. Precisa de Pelotas e Rio Grande que são referência”, concluiu. 

A sobrecarga da rede de Saúde também foi colocada em pauta pelo prefeito de Rio Grande. “Os leitos disponíveis para o tratamento da Covid-19 estão próximos da lotação”, alertou Lindenmeyer. Ele garantiu, ainda, que não irá recorrer sobre a mudança de bandeira e pediu que os demais gestores façam o mesmo. “Rio Grande apresentou resultados que nos aproximam da bandeira preta. Por isso, estamos propondo um modelo de distanciamento controlado local, com medidas mais duras do que as do Estado”, destacou.

Outro ponto levantado por muitos gestores, durante a audiência online, foi o fato de os cidadãos não levarem a sério o distanciamento social. Para o prefeito de Pedro Osório, Moacir Otílio Alves (PMDB), se faz necessária uma ampla campanha de conscientização, para que as pessoas entendam a importância de não fazer aglomeração, utilizar as máscaras de proteção corretamente e manter as medidas de higiene. O pedido foi endossado pela prefeita de Turuçu, Selmira Fehrenbach (PMDB). 

Dezoito prefeitos participaram da reunião. Entre eles, os chefes dos poderes executivos de São Lourenço do Sul, Piratini, Chui, Herval, Cerrito, Pinheiro Machado, Morro Redondo e outros.

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distanciamento controlado, azonasul, prefeitos, bandeira vermelha

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