“Nem todo mundo está seguro em casa” visa conscientizar a população quanto à importância de denunciar, principalmente, durante o isolamento social
21-06-2020 | 11:21:38
Ficar em casa é uma das medidas de prevenção mais importantes para se proteger do novo coronavírus, que atinge o mundo com suas alta taxas de contaminação e mortalidade. Porém, o isolamento social vem pondo em risco mulheres vítimas de violência e preocupando governos quanto ao aumento de casos.
Em Pelotas, segundo o Observatório de Segurança Pública, o qual realizou pesquisa com o acumulado de ocorrências entre janeiro e maio deste ano e comparativo com os índices do Estado e com os de 2019, o município registrou aumento no número de casos de lesão corporal, estupro, feminicídio consumado e tentado. Durante o isolamento social, iniciado em março, o mesmo mês registrou um feminicídio e, desde o início do ano, foram contabilizados dois casos.
O número de estupros também aumentou cerca de 38,5% em comparação a 2019. Nos três meses de isolamento no município, 12 registros foram contabilizados, enquanto que, no mesmo período do ano passado, foram sete. Os casos de lesão corporal aumentaram 14,5% neste ano em comparação ao ano anterior.
Dois índices que tiveram redução foram os de ameaças (com queda de 7,3%) e de tentativa de feminicídio (-75%). Mesmo assim, a situação deixa o governo municipal em alerta, buscando maior aumento na fiscalização, para coibir a violência contra a mulher, por meio do Pacto Pelotas Pela Paz e da Patrulha Maria da Penha.
Para combater este crime, a Prefeitura, através da Coordenadoria de Políticas Públicas para Mulheres, lançou a campanha “Nem todo mundo está seguro em casa”, com foco na violência doméstica durante a pandemia do novo coronavírus. Na última semana, a prefeita Paula Mascarenhas reuniu-se com representantes do órgão e com o secretário de Assistência Social, Marcio Sedrez, para a entrega de cartazes da iniciativa.
De acordo com a coordenadora, Luciana Custódio, os cartazes, produzidos pela Assessoria de Comunicação (Ascom) da Prefeitura, pela Universidade Católica de Pelotas (UCPel) e pela Rede de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, foram afixados no transporte coletivo pelotense, para que a população se informe quanto às maneiras de denunciar e, principalmente, reforçar que a vítima não está sozinha. “Este material já está circulando nos ônibus, informando sobre os tipos de violência e os números dos contatos para os quais as mulheres devem ligar para denunciar”, afirmou Luciana.
Na reunião, a prefeita destacou a luta da gestão para reduzir a violência contra a mulher no município e apoiou a iniciativa. “Temos que fazer todos os esforços para divulgar essa campanha e reduzir a violência; não ter mais nenhum feminicídio. Nada é mais importante do que isso - acabar com essa violência, pois essas práticas são inadmissíveis”, defendeu a prefeita.
Paula gravou um vídeo para as redes sociais da prefeita, aderindo ao movimento de “abrir as janelas” para a violência. Segundo ela, tanto a vítima quanto quem tem conhecimento da violência devem denunciar e não ignorar a situação. “Tem que denunciar, tem que pedir ajuda. E, quem sabe da violência não pode cruzar os braços, não pode fingir que não viu, que não ouviu. A gente não pode mais conviver com isso na sociedade brasileira”, ressaltou a chefe do Executivo.
Para denunciar, tanto a vítima quanto uma testemunha pode realizar a denúncia de forma anônima pelos números:
O Centro de Referência de Atendimento à Mulher atende de segunda a sexta-feira, das 8h às 14h. Já o atendimento na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h.
O Ligue 180 funciona 24h por dia, todos os dias da semana, inclusive aos feriados.
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