Unidade 24 horas vem cumprindo seu principal papel ao desafogar o Pronto Socorro e melhorar a qualidade do pronto atendimento público em Pelotas
Por Joice Lima 01-07-2018 | 10:37:44
Na segunda-feira, 2 de julho, completam dois anos desde a inauguração da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Areal 24 horas, localizada na avenida Ferreira Viana, 2.231, zona leste do Município. Em dois anos de funcionamento, não há dúvidas de que o estabelecimento, criado com o principal objetivo de desafogar o Pronto Socorro de Pelotas (PSP), está cumprindo com seu papel. Desde que abriu as portas ao público, em 4 de julho de 2016, quase 130 mil pessoas passaram pela UPA Areal (veja imagem). Na prática, são cerca de 200 pessoas a menos no PSP a cada dia, o que fez cair em torno de 40% a média diária do principal ponto de urgência e emergência de Pelotas e municípios da região. Mas esse é apenas um dos bons motivos para celebrar esse segundo aniversário da UPA Areal, que tem somado pontos positivos de lá pra cá.
Supervisora de Serviços da UPA Areal desde agosto do ano passado e com longa atuação na área da saúde pública, Cintia Iribarrem conta que sua experiência na Unidade tem sido muito gratificante, tanto pela qualidade das instalações, materiais, equipamentos, quanto pela qualidade do atendimento médico. Tendo por Responsável Técnico (RT) o médico José Leontino Macedo da Silva, o serviço é muito elogiado pelos usuários, que às vezes até enviam flores e doações em agradecimento.
A pesquisa de satisfação aponta que mais de 90% daqueles que responderam o questionário afirmam que retornarão à UPA, se for preciso, e o índice geral de satisfação é superior a 70%, tendo sido considerados ótimos os atendimentos médicos, enfermagem, demais profissionais e instalações da Unidade. Cintia conta que o questionário passou por uma reformulação para facilitar ao paciente/acompanhante responder de forma objetiva, o que promoveu o aumento do número de pesquisas no mês.
“Se tivesse que dar uma nota de zero a dez, daria dez”, afirma seu Geraldo Teixeira, de 52 anos, que esteve na UPA na quinta-feira (28).
Chegou às 10h15min com dor no peito, frio nas costas, tosse seca. Cerca de três horas depois deixava a unidade tranquilo, após ter feito eletrocardiograma, exame de sangue e medicação. Morador do Areal, seu Geraldo conta que foi a segunda vez que esteve na UPA: três semanas antes havia acompanhado a esposa Joseane, que também foi muito bem atendida.
Outro que saiu da unidade satisfeito foi Alexandro Oliveira, que tinha levado o filho Ray, de 10 anos, apresentando sintomas gripais e febre. Para eles, era a primeira vez. Saíram da UPA em menos de duas horas. “O atendimento foi muito bom e foi bem rápido”.
Os relatórios mensais mostram que entre 4 de julho de 2016 e 31 de maio deste ano, a UPA Areal fez 124.480 atendimentos, com uma média estável de 5 mil/mês, e 114.634 consultas médicas. Coordenadora da UPA Areal, Letícia Trápaga revela outro ponto positivo: o percentual de pacientes que recebe a classificação azul – casos que não devem se dirigir à UPA porque não exigem atendimento imediato e, por essa razão, são encaminhados às Unidades Básicas de Saúde (UBSs) –, caiu quase pela metade, em relação ao ano da inauguração, e hoje não ultrapassa os 2% do total de acolhimento.
Outro aspecto positivo destacado pela supervisora é o trabalho em rede, entre as unidades de saúde, que se comunicam e se apoiam mutuamente, e também com os profissionais que atuam nos Centros de Atendimento Psicossocial (CAPSs), o que possibilita promover atendimentos mais específicos aos pacientes destes serviços, que procuram a Unidade. Cintia aponta, ainda, a baixa rotatividade de colaboradores – atualmente quase todos os profissionais que atuam na UPA Areal foram contratados por processo seletivo público.
Uma das mais recentes mudanças, que tem se mostrado um acerto, foi a colocação de programação de TV no monitor que antes exibia o andamento da fila de atendimento. “Não sabemos como será depois, mas ao menos agora, durante a Copa do Mundo, tem dado muito certo. A exibição dos jogos ajuda a distrair e os pacientes ficam mais relaxados”, pondera Cintia.
A questão da espera ainda é um ponto delicado. Embora os casos de seu Geraldo, que tinha dor no peito, e do pequeno Ray, com febre, tenham sido totalmente satisfatórios e o atendimento considerado rápido, outras pessoas precisam ficar horas esperando. Isso ocorre porque a vocação da UPA é para casos de pronto atendimento (classificação de risco verde), contudo, casos de emergência (vermelha) e urgência (amarela), que demandam atendimento imediato, passam na frente por representarem risco de morte.
“Contamos sempre com dois médicos, organizados em plantões de 12 horas, que têm um breve intervalo de almoço em horários intercalados, mas alguns casos de emergência às vezes exigem a atenção dos dois médicos”, pondera a supervisora, a respeito de usuários que se queixam de longas esperas.
Nesses casos, pode levar algum tempo até que o paciente seja estabilizado e possa ser liberado ou encaminhado ao PSP e é obrigação dar-lhe prioridade absoluta, pelo tempo que for necessário.
Portanto, o usuário tanto pode ser atendido rapidamente quanto pode ter que esperar por horas, depende exclusivamente da gravidade do seu caso, do movimento daquele dia/horário (alguns horários têm o fluxo mais intenso) e dos casos que ocorram naquele dia.
*Ao apresentar, nas últimas 24 horas, algum dos sinais e sintomas abaixo:
febre, dor, desmaio, sangramento, mal súbito, falta de ar, vômitos, diarreia ou pequenos cortes.