Imunização é importante e previne complicações graves na saúde. A partir da semana que vem campanhas devem incentivar vacinação entre a comunidade
03-04-2019 | 15:06:17
Ao longo da vida, uma pessoa precisa tomar cerca de 19 tipos de vacinas, sem contar as doses de reforço. A maioria é indicada ainda na infância, mas há algumas que precisam ser aplicadas na adolescência e fase adulta, e outras são destinadas à terceira idade. Em Pelotas, a rede pública de saúde disponibiliza todas as vacinas preconizadas pelo Ministério da Saúde e prepara, inclusive, campanha de imunização nas escolas para destacar a importância da vacinação. A iniciativa une-se a campanha nacional de vacinação contra a gripe, que começa no dia 10 de abril no município.
Na primeira semana, o trabalho de imunização focará nas gestantes e em crianças de até 6 anos. A partir do dia 22 de abril, pessoas acima dos 60 anos, doentes crônicos, trabalhadores da saúde, professores e demais usuários incluídos no universo de vacinação podem receber a dose nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Já a Semana Saúde na Escola 2019 acontece de 8 a 12 de abril e deve reunir 123 escolas de Pelotas – entre estaduais, municipais e de assistência –, 38% a mais do que no ano passado.
A ideia é mobilizar as equipes das escolas e unidades de saúde em um trabalho de conscientização junto a estudantes, familiares e comunidades sobre a importância da imunização. O objetivo é combater a tendência nacional de queda na cobertura vacinal, tanto no Rio Grande do Sul quanto no Brasil.
Para reverter o quadro, a Prefeitura, através da Secretaria de Saúde (SMS), está adotando uma postura mais ativa no processo de busca na comunidade, através de campanhas como a que será lançada no dia 8 de abril, além de trabalhar na integração do cuidado, com ações de prevenção e promoção. Além disso, a SMS também está capacitando as equipes para o correto registro das vacinações no sistema de informações da saúde.
“Observamos uma diferença entre os números de vacinas aplicadas e os registrados nos relatórios do Ministério. É algo que precisa ser analisado e corrigido”, afirma a chefe da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde, Ana Alice Maciel.
Atualmente, Pelotas conta com 50 salas para administração de imunobiológicos. Todas possuem com grande parte das vacinas necessárias, tanto as de dose única, como a BCG, quanto as que exigem mais de uma aplicação, como a HPV.
Apenas a vacina da Febre Amarela, que passou a integrar o calendário de vacinação em 2016, é distribuída nos chamados distritos, tendo em vista a rápida deterioração do medicamento. Hoje, a população pode ser imunizada contra a doença nas UBSs Simões Lopes, Puericultura, Guabiroba, Balneário dos Prazeres, Bom Jesus e Salgado Filho, além do Centro de Especialidades.
A funcionária pública Juliana Secrez, de 40 anos, é um exemplo. Após ser mordida por um cachorro, ela procurou atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Ferreira Viana, onde recebeu os primeiros socorros, sendo orientada a procurar o Centro de Especialidades para tomar a vacina antirrábica, indicada como forma de prevenção. E não são só os adultos que procuram o Centro, localizado na rua Voluntários da Pátria, em busca de imunização.
A terapeuta ocupacional Circe Lopes aproveitou uma folga no trabalho para levar os gêmeos Antônio e Alice, de 1 ano e 10 meses, para tomar algumas vacinas em atraso. “Eles começaram a escola agora e achei melhor trazer para tomar as vacinas e estarem protegidos. Acabei atrasando e sei que isso não é o ideal”.
E Circe está certa. Ana Alice afirma ser importante cumprir o calendário de vacinação, que indica as idades em que cada dose precisa ser tomada. Ela lembra ainda que a Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim) recomenda a proteção para todas as pessoas a partir dos 6 meses de vida, principalmente as mais sujeitas a complicações graves.
A profissional da saúde ressalta que usuários com vacinas atrasadas podem procurar a UBS mais próxima em busca de informações de como ter acesso às doses. Conforme ela, o corpo humano leva até 20 dias para produzir os anticorpos e, efetivamente, proteger contra a doença, por isso é importante planejar o esquema de imunização.
Todos os anos, a composição dos imunizantes são atualizados devido as mutações constantes do vírus influenza e nos subtipos com maior probabilidade de circular pelo país nos próximos meses. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já informou que neste ano, a vacina trivalente ofertada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para grupos específicos protegerá contra os vírus H1N1, o H3N2 e o influenza do tipo B Victoria.
A dose foi atualizada com subtipos diferentes nas cepas H3N2 e B, por isso deve ser repetida mesmo por quem já se protegeu na temporada passada. A vacina é produzida com vírus mortos, sem risco de causar infecção.
Em Pelotas, mais de 119,2 mil pessoas devem ser imunizadas contra a gripe, isso sem contar a população carcerária e os trabalhadores do sistema prisional. A meta é atingir 95% desse universo. Confira:
As vacinas são importantes para garantir a saúde não apenas de quem recebe o medicamento, mas também da comunidade em que esta pessoa está inserida. Todas as vacinas recomendadas pelo Ministério da Saúde estão disponíveis gratuitamente na rede pública. Conheça as peculiaridades de algumas vacinas:
HPV: esquema básico com duas doses, em 6 meses de intervalo, para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. A vacina HPV também está disponível para indivíduos imunodeprimidos ( submetidos a transplantes de órgãos sólidos, transplantes de medula óssea ou pacientes oncológicos) e vivendo com HIV/Aids, que deverão receber o esquema de três doses (0, 2 e 6 meses) para ambos os sexos, nas faixas etárias entre 9 e 26 anos.
Dengue: a vacina para prevenção da dengue é recomendada somente para indivíduos de 9 a 45 anos, residentes em áreas endêmicas que já foram previamente expostos ao vírus da dengue de qualquer sorotipo. Contraindicada para soronegativos, gestantes e alérgicos aos princípios ativos da vacina.
Hepatite B: oferta da vacina para toda a população, independente da idade e/ou condições de vulnerabilidade, justificada pelo aumento da frequência de atividade sexual em idosos e do aumento de DST nesta população.
Poliomielite: a 3ª dose é a vacina inativada da polio (VIP), a exemplo do que já ocorre com as 1ª e 2ª doses da vacina. As doses de reforço aos 15 meses e 4 anos e as campanhas de vacinação continuam aplicando a vacina VOP (bivalente).
Pneumocócica: Esquema básico com duas doses (aos 2 e 4 meses) e dose de reforço aos 12 meses (podendo ser aplicada até os 4 anos). Crianças não vacinadas anteriormente podem receber dose única dos 12 meses aos 4 anos.
Hepatite A: aplicada aos 15 meses, podendo ser aplicada até os 5 anos.
Vacinas tríplice viral e varicela: o Ministério disponibiliza duas doses de vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) para pessoas de 12 meses até 29 anos, e uma dose da vacina varicela (atenuada) para crianças até 4 anos de idade.
Meningocócica: esquema básico com duas doses (aos 3 e 5 meses) e dose de reforço aos 12 meses (podendo ser aplicada até os 4 anos). Crianças não vacinadas anteriormente podem receber dose única dos 12 meses aos 4 anos.
O Ministério passou a disponibilizar a vacina conjugada para adolescentes de 12 a 13 anos. A faixa etária será ampliada, gradativamente, até 2020, quando serão incluídos crianças e adolescentes dos 9 aos 13 anos.
dTpa: uma dose a partir da 20ª semana de gestação, para aquelas que perderam a oportunidade de serem vacinadas.
Administrar uma dose no puerpério, o mais precocemente possível.