
Ary Alcântara é o novo ex-prefeito homenageado
No final da tarde desta terça-feira (2), foi aberta oficialmente a mais nova exposição do Memorial dos Prefeitos de Pelotas, que esse ano presta homenagem a Ary Rodrigues Alcântara, prefeito do município de 1972 a 1976. O evento integra a programação da semana do 207º aniversário de Pelotas.
Fotos: Michel Corvello
Presente na cerimônia, a filha do ex-prefeito, Maria da Graça de Carvalho Alcântara, disse que sentia muito orgulho da retidão de comportamento e da visão política de seu pai, que via seus feitos apenas como um dever a ser cumprido. “Sempre que era elogiado por alguma coisa, o pai dizia: não fiz mais que minha obrigação”. Também participaram os netos do ex-prefeito Alice, Celina e Gustavo Alcântara Brod e o bisneto: Luís Felipe Brod Lang.
A prefeita Paula Mascarenhas disse que Ary Alcântara é o primeiro prefeito do qual se lembra, quando tinha seis anos e era o último ano de seu mandato, e que sempre foi um amigo da família.
“São poucos os prefeitos que se preocuparam com a zona rural. O Ary tinha esse olhar direcionado para a colônia e era um homem afável no trato com as pessoas. Todas as manifestações referentes a ele são de afeto e respeito, pelo cidadão e pelo político que foi. Tenho a honra de falar em nome dos pelotenses e posso dizer que os pelotenses são muito gratos a ele”, disse Paula.
Também participaram da cerimônia o vice-prefeito Idemar Barz; o secretário de Cultura, Giorgio Ronna; a assessora especial de Relações Institucionais, Clotilde Victória; o vereador Eder Blank (PDT), representando a presidência da Câmara Municipal; o secretário de Governo, Abel Dourado; o secretário de Assistência Social, Luiz Eduardo Longaray; entre outras autoridades e convidados.
Principais ações de Ary Alcântara como prefeito de Pelotas
O desenvolvimento da malha rodoviária da zona sul, notadamente os acessos e contornos de Pelotas foram grandes preocupações; assim como o saneamento básico e o abastecimento de água. Ainda, buscou que a energia elétrica chegasse à zona rural, passando a integrar à rede de energia do Estado, abandonando a velha usina.
A educação, a qualidade de vida da população e a produtividade da economia, bem como o desenvolvimento do Estado e, principalmente, do município de Pelotas, foram bandeiras na atividade política. Em parceria com os amigos Dom Antônio Zattera e Delfim Mendes Silveira, ajudou a construir as universidades Federal (UFPel) e Católica (UCPel) de Pelotas.
Fotos: Michel Corvello
Carreira
Ary Rodrigues Alcântara nasceu em Pelotas/RS, no dia 28 de outubro de 1920, filho de Agostinho Garcia Alcântara e de Maria Fausta Alcântara Rodrigues. Proprietário agrícola e pecuarista, foi cônsul honorário de Cuba no Rio Grande do Sul de 1954 a 1957. Também foi assessor da representação do Partido Social Democrático (PSD) do Estado e assessor do ministro da Fazenda.
Elegeu-se deputado federal pelo Rio Grande do Sul, em outubro de 1962, na legenda do PSD, iniciando o mandato em fevereiro do ano seguinte. Em 1964 e 1965, foi vice-líder do governo na Câmara Federal. Com a extinção dos partidos políticos pelo Ato Institucional nº 2 de 27 de outubro de 1965, e a consequente instauração do bipartidarismo, filiou-se à Aliança Renovadora Nacional (Arena), agremiação criada para dar sustentação política ao regime militar instalado no país em abril de 1964.
Reeleito pela Arena gaúcha nas eleições de 1966 e 1970. Em 1968 e 1969 foi quarto-secretário da Câmara Federal. Vice-líder da Arena a partir de 1º de maio de 1970 e suplente da Comissão de Segurança Nacional. Integrou ainda as comissões de Agricultura, Educação e Cultura, e Finanças e Orçamento, tendo sido vice-presidente desta última em 1971.
Em 30 de janeiro de 1973, renunciou ao mandato para assumir a prefeitura de Pelotas, até então ocupada pelo vice dele Fuade Celaime, e para a qual havia sido eleito em novembro do ano anterior. Desempenhou as funções de prefeito de Pelotas até janeiro de 1977. Em novembro de 1978, voltou a disputar uma vaga na Câmara dos Deputados, onde ficou como suplente.
Após a extinção do bipartidarismo, em 29 de novembro de 1979 e a consequente a reformulação partidária, filiou-se ao Partido Democrático Social (PDS), agremiação que deu continuidade à orientação governista da Arena. Em 1980, assumiu o mandato de deputado federal, permanecendo na Câmara até o final da legislatura em janeiro de 1983. Nesse período, em novembro de 1982, concorreu a um novo mandato de deputado federal pelo Rio Grande do Sul, obtendo a segunda suplência.
Entre 1983 e 1989, presidiu a Companhia Telefônica Melhoramentos e Resistência e trabalhou na Companhia de Seguros Minas Brasil, ambas em Pelotas. Em 2000, passou a dedicar-se a atividades agrícolas na área de fruticultura, assim permanecendo até o fim da vida. Faleceu em Pelotas, no dia 15 de janeiro de 2003.
O Memorial
O Memorial dos Prefeitos de Pelotas é um espaço museológico, localizado no segundo andar do Paço Municipal — à Praça Coronel Pedro Osório, 101 —, dedicado à memória dos governantes municipais. Reúne objetos, elementos iconográficos e documentos pertencentes a eles, a fim de registrar sua passagem pelo Governo Municipal. O Memorial intercruza a história da cidade com a memória da vida dos seus administradores.
Em cada aniversário do Município, um ex-prefeito é homenageado com uma exposição, que fica aberta durante seis meses à visitação de estudantes de escolas do município e público em geral. A exposições têm curadoria de João Vasques.
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