Na tarde do dia 28 de março, ocorre a primeira edição do CAPS na Rua, um evento itinerante mensal, que vai acontecer na rua, próximo a um dos oitos Centros de Atenção Psicossocial da cidade. O objetivo do projeto, de iniciativa da Rede de Atenção Psicossocial (Raps), vinculada à Secretaria de Saúde (SMS), é dar maior visibilidade aos serviços de saúde mental disponíveis no município, atuar na redução do estigma e mostrar à comunidade a produção cultural e artística feita pelos usuários de saúde mental nas oficinas ministradas nos Centros, além de oferecer atividades culturais para a população. O evento acontece, a partir das 14h, na altura do número 450 da rua Alberto Rosa, perto do CAPS Porto, que estreia o projeto.

Apoiadora técnica da Raps e coordenadora desta edição, Clarissa Cardoso destaca que o sofrimento mental independe da condição social e sim do que aconteceu na vida daquela pessoa. Ela explica que a ideia principal do evento é promover a saúde mental de uma forma não estigmatizadora, mostrando que o cuidado em liberdade é a melhor escolha e que os serviços dos CAPS são comunitários, territoriais. 

“O CAPS na Rua é um espaço de celebração da vida, da liberdade, da capacidade de cada indivíduo de reconstruir em comunidade. Ele vem para promover a saúde mental de forma integrada com a comunidade, oferecer atividades culturais, orientações, acolhimento e fortalecimento do cuidado com a saúde emocional. Queremos construir uma saúde mental que não exclui, não hierarquiza, que traz todos os sujeitos para o centro de um cuidado humanitário e transformador”, pondera Clarissa.

As atividades oferecidas em cada edição serão de responsabilidade do CAPS que sedia o evento, a fim de mostrar o que é realizado no Centro e produzido pelos seus usuários, mas também haverá outras atividades culturais, como a apresentação do Grupo Los Lokos, composto de usuários do sistema de saúde mental do município, no dia 28. 

Barraca da Saúde

O CAPS na Rua contará também com a Barraca da Saúde, um projeto da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), com acadêmicos de vários cursos (Enfermagem, Psicologia, Farmácia, Medicina, Nutrição, Fisioterapia, Terapia Ocupacional, etc.) dando orientações e oferecendo serviços de saúde, como verificação de pressão arterial, pesagem e medidas, e Práticas Integrativas e Complementares do SUS (PICS).

Os CAPS de Pelotas 

O município conta com oito unidades, sendo seis do tipo II e duas especializadas. Os CAPS II oferecem atendimento e tratamento para pessoas que sofrem com transtornos mentais, psicoses, neuroses graves e demais quadros, cuja severidade e/ou persistência justifiquem sua permanência num serviço de cuidado intensivo, comunitário, personalizado e promotor de vida. É destinado às pessoas com transtorno mental severo e/ou persistente, ou seja, em sofrimento psíquico intenso. As unidades especializadas são o CAPS Infantojuvenil e o CAPS Álcool e Drogas, que atendem a um perfil específico de população.

O evento irá passar pelos oito Centros (um por mês). Após o CAPS Porto, em março, seguem: em abril, CAPS Castelo; em maio, CAPS Escola; em junho, CAPS Baronesa; em julho, CAPS Zona Norte; em agosto, CAPS Fragata; em setembro, CAPS AD 3 e em outubro, CAPSi.

Secretarias apoiam

Na manhã de segunda-feira (10), Clarissa participou da reunião semanal do governo municipal que trata dos serviços prestados pela Prefeitura (trânsito, limpeza, segurança, etc.), no Carnaval de Pelotas, e explicou o projeto. As diversas secretarias presentes na reunião ficaram sensibilizadas com a iniciativa e concordaram em prestar apoio ao CAPS na Rua.