Prefeita Paula Mascarenhas acompanhou a homenagem durante a Semana da Mulher Negra de Pelotas
Por César Soares 30-07-2021 | 16:57:20
Com colaboração: Alessandra Meirelles - MTb/RS 10052
O espaço do pátio quatro do Mercado Central agora se chama Griô Sirlei Amaro. A homenagem foi acompanhada pela prefeita Paula Mascarenhas e integrou a programação da primeira edição da Semana da Mulher Negra de Pelotas, que começou no dia 26 deste mês e se estende até este sábado (31).
De acordo com a gestora, o reconhecimento é justo e em um local muito especial, alegre e de diversos encontros. "A mestre Griô merece essa homenagem, ainda mais sendo na primeira Semana da Mulher Negra Pelotense, reconhecendo o valor que ela teve para todos nós e, também, é mais um ato de manifestação pela igualdade racial, que é um tema muito caro a nós, especialmente diante das últimas manifestações de racismo na nossa cidade, tanto com relação à Câmara de Vereadores quanto ao drive-thru de vacinação ", apontou.
Para o filho da homenageada, Eduardo Amaro, conhecido pelo personagem Mister Negrinho, a denominação do espaço é uma honra e traz um significado muito importante. "Estamos acostumados com nomes de ruas com personagens brancos que foram escravagistas, opressores da nossa comunidade, e ter agora o pátio quatro do Mercado com o nome da minha mãe é algo muito gratificante", disse ao agradecer a todos os envolvidos na iniciativa.
Representando o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, Tuane Tarques destacou o reconhecimento. "Representa, mais do que nunca, tudo o que ela deixou para nós - esse legado de cultura de ancestralidade -, um exemplo de conquistas e, principalmente, de resistência para todas as mulheres pelotenses", frisou.
Considerando que a data 25 de julho marca o Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha, o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Pelotas organizou a primeira Semana da Mulher Negra de Pelotas - "Eu Preta, Tu Preta, Nós as Pretas Pelotenses”.
De acordo com as organizadoras do evento, para a mulher negra nunca houve um dia de festa, flores, cuidado e aconchego, pois vivem num mundo que não a enxerga pela pessoa que é, mas pelos recursos que fornece, pelas ferramentas que oferece. Por isso, o mês de julho é todo delas. O evento buscou dar visibilidade para a mulher negra e fortalecer sua representatividade em todos os espaços, com equidade e respeito, além de oportunizar a reflexão sobre tudo que são, os passos que já deram e os que ainda vão dar.
Durante a semana, houve discussões em três eixos – feminismo negro; saúde (física e mental) e; educação antirracista das mulheres negras (foco no genocídio de jovens negros e negras periféricos).