
Pelotas apresenta Programa de Combate à Tuberculose na capital
Nesta terça-feira (24), a Prefeitura, por meio do Programa Municipal de Combate à Tuberculose (PMCT) da Secretaria de Saúde (SMS), participou da Mostra de Experiências Exitosas na Atenção às Pessoas com Tuberculose, promovida em Porto Alegre. À frente da organização, estão o Comitê Estadual de Enfrentamento da Tuberculose; as secretarias estaduais da Saúde (SES) e da Educação (Seduc); o Conselho Estadual de Saúde (CES/RS) e o Hospital Sanatório Partenon (HSP).

Evento reuniu profissionais da saúde de todo o Estado – Foto: Divulgação/SES
Ao todo, representantes de 115 municípios participaram do evento, incluindo Pelotas, cuja equipe apresentou uma síntese das experiências inovadoras aplicadas. Na cidade, mais de 11 mil casos já foram atendidos pelo PMCT desde a sua criação, vivência relatada durante a Mostra por uma das enfermeiras do Programa, Moema da Cunha.
Coordenadora do Programa Estadual de Controle da Tuberculose e diretora do Hospital Sanatório Partenon (HSP), a pneumologista Carla Jarczewski palestrou sobre a situação da tuberculose no Estado durante o encontro.
“Tuberculose é uma doença curável em praticamente todos os casos, desde que obedecidos os princípios básicos da terapia medicamentosa e o adequado tratamento”, explicou a especialista.
Cenário atual
Em Pelotas – conforme levantamento da Secretaria Estadual de Saúde realizado em 2017 –, 241 casos foram notificados, sendo 166 de novos diagnósticos, o que coloca o município em 6º lugar no ranking de incidência do Estado, onde os índices de incidência de tuberculose estão acima da média do Brasil. Enquanto, no País, ela é de 2,2 casos de mortalidade por 100 mil habitantes, no Rio Grande do Sul chega a 2,4 ocorrências. A pior situação é na capital rio-grandense, com quase cinco casos por 100 mil habitantes.
Atualmente, a taxa de cura nas Américas, segundo a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS), é de 75%, índice que deve subir para 90% até 2030, quando novos casos apresentarão queda de 80%. Apesar disso, o percentual no Rio Grande do Sul é abaixo da média nacional: 65%, enquanto o de cura, no País, fica em 71,4% dos tratados, números considerados muito baixos pela pneumologista Carla Jarczewski.
Programa pelotense
O Programa Municipal de Combate à Tuberculose (PMCT) atende os usuários encaminhados pelos serviços de saúde do Município (UBSs/Ubai/UPA/Hospitais/Clínicas), após receber o diagnóstico da enfermidade. Ao chegar ao PMCT, a equipe avalia clinicamente, inscreve o paciente no programa e provê toda a medicação para 30 dias de tratamento, além de fornecer orientações. Em média, o procedimento terapêutico básico dura seis meses. São dois meses com o remédio RHZE e quatro meses com o RH.
Em algumas situações, o tratamento poderá se estender ou haverá necessidade de utilizar medicamentos especiais, sendo possível, inclusive, o encaminhamento a Porto Alegre, para acompanhamento do Hospital Sanatório Partenon. Atualmente, um dos principais desafios enfrentados no processo de cura da tuberculose, em Pelotas, é o alto índice de abandono. “Devido ao fato de, logo nas primeiras semanas, a pessoa já se sentir melhor, a chance de deixar de tomar os comprimidos aumenta”, afirma Moema.
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Entretanto, não ingeri-los corretamente pode tornar a patologia ainda mais agressiva, aumentando o risco da instalação de uma tuberculose resistente a medicamentos, bem mais difícil de eliminar. Outro fator que atrapalha a luta é o social. Conforme a especialista, há uma boa dose de preconceito atrelada às vítimas da infecção. E, consequentemente, ela e seus tratamentos são menosprezados.
Encontre ajuda
O Programa Municipal de Combate à Tuberculose funciona na rua Voluntários da Pátria, 1.436, junto ao Centro de Especialidades. O espaço funciona das 7h30min às 12h, de segunda a sexta-feira. Mais informações pelo telefone (53) 3222-5963.