Planejamento específico oferece meios para denúncias da população

Segurança no transporte exige programas de controle

Planejamento específico oferece meios para denúncias da população
Por Tânia Magalhães 15-03-2024 | 14:21:25
Tags: segurança no transporte público, connex

A programação do Connex contou com o painel Segurança na Mobilidade Urbana: Políticas Intersetoriais para Garantia de Direitos, apresentado, no segundo dia do Connex por especialistas que se dedicam, em vários Estados do país, à idealização, à prática e ao acompanhamento de campanhas, projetos e programas específicos para redução de índices de violência, a exemplo de importunação sexual e defesa, principalmente, das mulheres.

Medidas adotadas aumentam a proteção - Fotos: Carlos Queiroz/FNP

“Abuso e estupro dentro do metrô” foram manchetes de imprensa em São Paulo, com repercussão no país, em 2014/2015, motivando a primeira campanha, no Estado, de combate à importunação sexual e de apoio às mulheres. A partir daquele ano, as iniciativas para promoção da segurança no transporte só cresceram. 

A responsável pelo setor de Relacionamento com o Cliente e Comunidade do Metrô, Melissa Belato Fortes, apresentou a situação do transporte metropolitano de São Paulo, de competência do Estado e da Prefeitura da capital, ilustrando com para das redes de coletivos de diferentes modais. Desde 2014, são crescentes os meios para coibir os abusos, reforçados pela chegada da Lei, em 2018, tipificando criminalmente as importunações sexuais. No Estado, são praticadas campanhas e há aplicativo disponível para denúncias e postos avançados de apoio à mulher.

A secretária de Defesa Social de Contagem, Minas Gerais, Viviane França, apresentou as políticas de segurança adotadas, que contribuem para a mobilidade urbana. Participação popular, descentralização da segurança com atuação da Guarda Civil e projetos de prevenção que envolvem desde o público infantil até o deslocamento de pessoas e a violência contra a mulher são bases do trabalho.

Viviane informou que, no município, foi instituído, também, o programa Eu por Elas, que estabelece protocolos para bares e restaurantes, sobre a violência contra a mulher, garantindo ambientes seguros.

O antropólogo Paíque Santarém, especialista em questões de raça e análise social, reportou-se à segurança e à mobilidade referentes à população negra, apresentando estatísticas científicas que apontam essa população como a que menos possui veículos próprios e que, no entanto, é a que está mais envolvida em acidentes.

Para ele, a insegurança no trânsito, para os negros, ainda recai em preconceitos, e citou a necessidade de criação de projetos e programas para resguardar essa população, com participação popular e fortalecimento de territórios.

A analista jurídica da Nina/Super Nina, mestre em políticas de gênero, Júlia Poletine, falou sobre a tecnologia de inteligência artificial voltada à segurança no transporte público, para rastrear denúncias de assédio e violência.

Poletine salientou que Fortaleza, Ceará, onde a Nina foi lançada, registra aumento de usuárias no transporte público. “O software promove mais segurança e 77% das denúncias partem de mulheres, a maioria dentro dos ônibus”, informou. A meta é que, até 2025, a tecnologia seja ampliada para mais oito Estados brasileiros.

Quem apoia o Connex

O Connex/Reflexões sobre o futuro das cidades conta com o patrocínio do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, do Detran/RS e dos bancos Banrisul, BRDE e Itaú. O evento tem o apoio da Embaixada da Colômbia no Brasil, da Universidade Senac Pelotas, Sebrae, da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), da Fundação Van Leer, da Peace in Our Cities, da Coalizão Brasileira Pelo Fim da Violência e da Vetorial Internet.

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