Instituição recebeu um scanner planetário – por meio da Lei Rouanet –, equipamento necessário para concretizar projeto
19-02-2019 | 16:23:51
Pelotas deu mais um importante passo na preservação de seu patrimônio e sua memória. Nessa terça-feira (19), a Bibliotheca Pública Pelotense (BPP) recebeu um scanner planetário, equipamento que vai auxiliar na digitalização dos mais de 1,6 mil encadernados e 150 mil páginas, além das 1,6 mil fotografias históricas que integram o acervo da instituição.
O projeto, que busca disponibilizar para consulta online todos os documentos da BPP, tem previsão de se estender pela próxima década e o scanner, um investimento de R$ 46 mil, é parte essencial da empreitada. A aquisição foi viabilizada por meio do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e da Rio Grande Seguros e Previdência, através da Lei Rouanet, com projeto da ATO Produção Cultural.
No Centro de Documentação e Obras Valiosas, sala que abriga a hemeroteca e o material histórico, um ato singelo marcou o início deste novo ciclo, de cuidado com o passado e olhar para o futuro. A Prefeitura é uma das apoiadoras na manutenção da Bibliotheca, uma das grandes heranças do município.
A prefeita Paula Mascarenhas destacou a importância do espaço para as próximas gerações. “A Bibliotheca é uma anciã, mas, nos jovens que formam sua equipe, mostra o vigor e a energia da juventude. É um organismo vivo, de portas abertas, que abriga a história e acolhe os pelotenses”, disse.
O trabalho que vai ser desenvolvido busca assegurar que mais pessoas possam ter acesso a um material sensível e delicado, que não pode ser perdido e nem reposto, ressaltou a diretora-presidente da BPP, Lisarb Crespo da Costa. Também foi lembrado que parte do acervo estava interditada por causa da deterioração, e não podia mais ser consultado pelo público.
O diretor de Planejamento do BRDE, Luiz Corrêa Noronha, contou que destinar a verba de incentivos fiscais para Pelotas foi uma decisão muito tranquila, apesar do grande número de projetos que pleitam os recursos anualmente e a quantia limitada da qual a instituição dispõem.
Entre o material exposto a quem participou da cerimônia, estava uma carta de alforria assinada por Bento Gonçalves, jornais da época do Império e o livro mais antigo da Bibliotheca Pública Pelotense, “Prosas Y Versos” do espanhol Lope Vega, que data de 1617. A riqueza do acervo impressiona e reflete as marcas da história da cidade, que agora poderá ser cada vez mais conhecida, a qualquer hora e em qualquer lugar do planeta.
“Um povo sem memória e sem história é um povo sem futuro. Precisamos guardá-la, preservá-la e transmiti-la”, enfatizou a prefeita.
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