Durante três dias, Pelotas sedia o 1° Seminário Regional de Segurança Integrada – uma realização da Prefeitura, Universidade Católica (UCPel) e Exército Brasileiro. A prefeita Paula Mascarenhas participou da abertura do evento, na manhã desta quarta-feira (29), no auditório Dom Antônio Zattera, e salientou o trabalho integrado norteado pelo Pacto Pelotas pela Paz, desde agosto de 2017.

Seminário discute a segurança nas diversas esferas - Fotos: Gustavo Vara

A chefe do executivo também destacou a presença de todo o secretariado municipal na atividade, defendendo que todas as áreas devem estar envolvidas no âmbito da segurança pública, considerando que todos os setores são atingidos por ela.

“O Pacto tem sido um aglutinador de forças e energias, e tem trazido resultados significativos, como a redução de 50% dos homicídios comparando os primeiros quatro meses de 2019 e 2018. Ainda não chegamos aonde queremos, mas avançamos com o trabalho de inteligência e integração. Confiamos na capacidade do esforço coletivo e acreditamos que, juntos, somos mais fortes”, assegurou Paula.

A prefeita ressaltou a relevância do seminário – que mantém programação intensa de palestras e debates até sexta (31) – poder reunir instituições importantes vinculadas à temática da segurança. De acordo com ela, a união e o envolvimento de toda a sociedade em prol da cultura de paz é fator determinante para a transformação da realidade.

“Em Pelotas, estamos preservando vidas ao ultrapassar os muros das nossas instituições. Espero que esse trabalho se fortaleça e inspire outros governos e as novas gerações para que possamos tornar a cidade um lugar mais generoso e acolhedor para todos os seus filhos”, reforçou Paula.

Na sexta-feira, pelotenses e municípios vizinhos terão a oportunidade de conhecer outros resultados do Pacto Pelotas pela Paz durante o 2° Fórum Municipal de Segurança Pública, promovido pela Prefeitura. A atividade será liderada pela prefeita, que dá início ao evento às 9h, apresentando as principais diretrizes do projeto de segurança.

Salas temáticas do 2º Fórum de Segurança Pública estão definidas

À tarde, cinco salas temáticas abrigarão banners expositivos referentes a dezenas de estratégias repressivas e preventivas à violência, no âmbito da primeira infância, vida escolar e ressocialização.

Lideranças  

A abertura do seminário foi acompanhada por estudantes, autoridades municipais e regionais ligadas a instituições de segurança, além da vereadora Daiane Dias (PSB), e de representantes de iniciativas públicas e privadas. Reitor da UCPel, José Carlos Bachettini Júnior salientou a importância de congregar toda a inteligência vinculada ao debate da segurança da região no mesmo espaço, a fim de construir coletivamente respostas a demandas em comum.

O comandante da 3° Divisão de Exército, general Mauro Sinotti, disse que a união de esforços reflete na busca mais efetiva por soluções a problemas que impactam na vida das pessoas.

Segurança e comunidade

A primeira mesa proposta pelo evento versou sobre a interlocução entre segurança integrada e comunidade. O secretário municipal de Segurança Pública (SSP), Aldo Bruno Ferreira Chiattone, assinalou a nova concepção de segurança instituída pelo Pacto, que incentiva a responsabilidade coletiva de toda a sociedade para reduzir os índices criminais – papel, tradicionalmente, atribuído somente a instituições policiais. “O bem que queremos preservar com Pacto é a vida”, destacou o titular da SSP. Aldo Bruno apontou a utilização de recursos tecnológicos e a integração da inteligência policial como aspectos que têm repercutido na queda da criminalidade.

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Secretário de Segurança Pública abordou o Pacto Pelotas pela Paz - Fotos: Gustavo Vara

Ambientes seguros  

Nesta terça (28), Pelotas tornou-se a primeira cidade do mundo a implantar o programa ACT – Criando Crianças em Ambiente Seguros, da Associação Americana de Psicologia, como política pública. Presente em 13 países, a ferramenta é uma das utilizadas pelo Pacto para prevenir a violência na cidade. A psicóloga idealizadora do programa, Júlia Maria da Silva, defendeu no evento a necessidade de quebrar sequências de comportamentos violentos, sobretudo, na primeira infância.

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Essa é a proposta do ACT – que trabalha, atualmente, com 95 famílias pelotenses formas de reagir positivamente às dificuldades emocionais e sentimentos aversivos das crianças. A ideia é preparar mães, pais e cuidadores para relacionarem-se de forma mais saudável com os filhos e construírem ambientes mais seguros.  

“A violência é um problema de segurança pública e também é transmissível; nós aprendemos a ser violentos quando presenciamos a resolução de conflitos por meio da agressividade. Precisamos quebrar esse ciclo”, frisou a psicóloga.

Idealizadora do ACT, Júlia maria da Silva participou do seminário - Foto: Gustavo Vara

Justiça Restaurativa

Coordenador do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc), o diretor do Foro da Comarca de Pelotas, Marcelo Malizia Cabral, apresentou a Justiça Restaurativa como uma alternativa à solução de conflitos através do diálogo e entendimento. Em Pelotas, por meio do Pacto, a técnica é aplicada a partir de círculos de construção da paz em escolas e condomínios do município, o que vem refletindo na convivência mais pacífica e harmoniosa das comunidades.

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O juiz enfatizou o trabalho articulador desenvolvido pelo projeto de segurança, que aproxima entidades de segurança para planejar e avaliar ações, bem como aposta em propostas preventivas, que conversam entre si, buscando construir uma cidade mais segura. O coordenador do curso de Tecnólogo em Segurança Pública e Privada, da UCPel, Fabio Raniere, também integrou a primeira mesa de debates desta quarta.

À tarde e à noite, o evento segue com exposições de representantes da Polícia Civil, Brigada Militar, Polícia Federal, Ministério Público e, ainda, do jornalista da RBS, Humberto Trezzi, que versa sobre a investigação e a cobertura criminal no Jornalismo. Confira a programação completa: