A secretária de Assistência Social (SAS), Raquel Nebel, coordenou uma assembleia com usuários do Centro Pop e da Casa de Passagem, na manhã desta quinta-feira (16). Na pauta estava reivindicações sobre alterações no funcionamento do abrigo e na coordenação do espaço, e as relações com a vizinhança. A secretária ouviu todas as demandas e se comprometeu a encaminhá-las.

Raquel explica que já foram encaminhadas diversas mudanças, orientadas pelo prefeito Fernando Marroni, que inclui a ampliação do horário de atendimento, com o fim dos intervalos – devido à diferença de horários entre os dois serviços oferecidos aos usuários: o Centro Pop funciona das 8h às 17h e a Casa de Passagem, das 19h às 7h. Para acabar com a lacuna nos horários, é necessário ampliar a atuação da Guarda, que já foi acordado com a coordenação; e a contratação de mais educadores sociais, o que está sendo mais difícil porque, embora muitos estejam inscritos para esses contratos, quando chamados não têm se apresentado. Apenas 16, dos 40 convocados, compareceram. Mais convocações serão feitas nos próximos dias.

Equipe da Secretaria de Assistência Social, com a secretária Raquel Nebel (ao fundo), ouve os usuários da Casa de Passagem e do Centro Pop durante assembleia na manhã de quinta-feira (Fotos: Alessandra Meirelles)

No espaço, na rua Senador Mendonça esquina Professor Araújo, são oferecidos dois serviços às pessoas em situação de rua. O Centro Pop serve refeições durante o dia, os usuários podem tomar banho, lavar a roupa e descansar. A equipe faz o encaminhamento dos atendidos para os serviços de saúde, para acesso a documentos, benefícios, e até mesmo para que sejam capacitados e encaminhados para o mercado de trabalho, sempre que há possibilidade. Os técnicos também buscam ajudar os usuários a resgatarem os vínculos familiares e sociais. À noite, o atendimento é feito pela equipe da Casa de Passagem. O serviço oferece jantar, banho e espaço protegido para dormir. Cada quartos tem três camas com lençóis, cobertas e travesseiros. 

Raquel diz que o espaço foi inaugurado recentemente, no mês de dezembro, e que muitos ajustes ainda serão feitos para que os usuários sejam plenamente atendidos e a vizinhança se sinta segura. “São dois serviços, com horários distintos, que precisam se integrar. O espaço é bom. Até 360 pessoas são atendidas por dia, 120 delas são usuários fixos, os demais se alternam. Nós estamos elaborando um plano de atendimento para que essas pessoas superem a situação de rua, que voltem para as suas casas, que tenham trabalho, para que não chegue o dia em que os 360 precisem de um lugar para dormir”, avaliou a secretária, que afirma que essa condição precisa ser transitória, e não definitiva. 

Além disso, será intensificada a frequência das viaturas na região, para aumentar a sensação de segurança, e será promovida uma reunião de escuta com os moradores. 

Logo após a assembleia, a secretária procurou alguns vizinhos para saber se o funcionamento do serviço estava atrapalhando as suas rotinas, se haviam sido desrespeitados pelos usuários, e se eles têm alguma sugestão para melhorar a relação. O morador Jorge Luciano Jorge Dias diz que nunca foi desrespeitado, mas que se incomoda ao ver seres humanos dormindo na calçada, sem acesso ao básico, como água ou banheiro. “Não quero que eles saiam daqui, mas ver eles aqui, todo dia, deitados na rua, é um tapa na cara”, disse que, ao sugerir que sejam oferecidas capacitações e tratamento, dependendo do caso. “Ali tem um ser humano, tem uma história”, afirmou ele. 

A secretária de Assistência Social, Raquel Nebel, ouve vizinho da nova Casa de Passagem, localizada na rua Senador Mendonça, na área central. Novo endereço demanda ajuste no funcionamento e com moradores da região 

Raquel afirmou que um plano para essa população está sendo discutido, e isso inclui, além da SAS, a Secretaria da Saúde (SMS), a Guarda Municipal e o Gabinete do Prefeito, e incluirá os usuários dos serviços e a comunidade.