A gestante de 21 semanas, Rogéria Carvalho, 34, não esconde a ansiedade e expectativa ao falar sobre a espera de Kayan, seu primeiro filho. A doméstica buscou no 2º Encontro de Gestantes, da Escola de Mães e Avós, na Unidade Básica de Saúde (UBS) Leocádia, uma oportunidade para sanar algumas de suas dúvidas e compartilhar experiências com outras mulheres da comunidade que vivenciam o mesmo momento.  

Mães e profissionais de saúde compartilham conhecimentos sobre o parto - Fotos: Ascom

“Apesar de estar nervosa e ter meus medos em relação ao parto, é muito positivo poder trocar esses sentimentos e inseguranças com outras mães”, acrescentou Rogéria.  

      A ação, realizada nesta terça-feira (19), é uma iniciativa da equipe da UBS e integra as atividades do Mãe Pelotense, vinculado ao programa Infância Protegida do Eixo de Prevenção Social do Pacto Pelotas pela Paz. A segunda reunião com o grupo – de quatro programadas para o projeto – tratou sobre o parto, os benefícios de cada tipo de nascimento, exames necessários e mudanças físicas e emocionais recorrentes nesta fase.  

      A enfermeira e responsável pelo Infância Protegida, Carmem Viegas, explicou que cada forma de parto – normal ou cesárea – representa uma experiência diferente e salientou a importância de se buscar, cada vez mais, métodos humanizados para este momento. A enfermeira aconselhou as gestantes que identifiquem em pessoas do convívio familiar um apoio e o acompanhamento durante todo o processo – desde as primeiras consultas até o trabalho de parto.  

“Ter, ao seu lado, a figura do pai do bebê ou de uma pessoa que inspire a confiança da mãe, nesta fase, interfere de forma muito positiva no vínculo da criança. Há uma lei federal que garante às gestantes o direito de manter alguém de sua escolha para acompanhá-la durante o parto. É importante que saibam disso”, comentou Carmem.

      Carmem também orientou sobre o registro civil destes recém-nascidos – um direito dos bebês e um dever para os pais –, além de apontar a presença do nome do pai na certidão como um fator que poderá interferir no estado emocional destas crianças no futuro. O Infância Protegida atua com o projeto Erradicação do Sub-registro Civil de Nascimento que, desde 2017, busca formas de diminuir a estatística de indivíduos sem certidões de nascimento em Pelotas. Uma delas consiste na parceria com quatro hospitais do município e cartórios, que oferecem o serviço de registro nas maternidades e facilitam a ação.   

      A responsável pelo programa ainda explicou as consequências de fumar e utilizar outras drogas durante a gestação, alertou sobre a ocorrência da depressão pós-parto e a necessidade de, nestes casos, buscar ajuda, além de destacar a utilidade da Caderneta da Gestante – que, além de conter diversas orientações, é um documento com o histórico da mãe e pode ser útil para futuras gestações.  

      A Escola de Mães e Avós é um projeto itinerante da Secretaria de Saúde (SMS), que, atualmente, realiza atividades em unidades do Dunas, Bom Jesus e na UBS Leocádia, mas pode ser implementado em qualquer lugar que se constate a necessidade deste trabalho. Dia 29 de junho ocorre o 3º Encontro de Gestantes, com mães e avós do Dunas.