Painel 'O papel do Município na Segurança: 4 experiências exitosas' foi organizado pelo Instituto Cidade Segurança
26-06-2020 | 13:53:17
A prefeita Paula Mascarenhas participou, na noite de quinta-feira (25), de um seminário online para debater a gestão de prefeituras na Segurança Pública, organizado pelo Instituto Cidade Segura. No painel “O papel do Município na Segurança: 4 experiências exitosas”, a chefe do Executivo pelotense falou sobre os quase três anos do Pacto Pelotas Pela Paz e os resultados positivos do programa, desde a implantação, em agosto de 2017.
Paula iniciou a sua intervenção com a abordagem do impacto do Instituto no mandato como prefeita, mencionando as principais ações governamentais.
“O Instituto Cidade Segura é uma referência para mim; mudou minha vida. Nunca imaginei que eu entraria tão de cabeça em um projeto e que ele me transformaria, assim, como vem transformando a nossa cidade. Eu sou muito grata a vocês e ao Comunitas, que viabilizou essa nossa parceria”, afirmou.
Ao versar sobre o Pelotas Pela Paz, planejado e com execução iniciada em 2017, após um crescimento de quase 500% nos índices de criminalidade desde 2002, disse: “Todas as experiências enriquecedoras que tive me mostram que a Segurança Pública passa pelo Município e precisa dos gestores para ter respostas mais efetivas”.
A gestora ainda compartilhou uma história que a marcou muito, sobre um menino que estava para ser retirado dos pais, pois não frequentava a escola. “O Cada Jovem Conta [um dos projetos sociais do Pacto Pelotas Pela Paz] identificou uma criança que vive em um bairro pobre e iria para um abrigo, através de uma ação do Ministério Público, pois tinha abandonado a escola, vivia em situação precária, e uma assistente social pediu um tempo ao MP para entender a situação”, relatou.
De acordo com Paula Mascarenhas, após averiguação, descobriu-se que o menino era filho de um catador e de uma ex-moradora de rua, e todos viviam em alto grau de vulnerabilidade, praticamente no meio do lixo. "No entanto, essa servidora pública identificou que havia afeto ali. Os pais estavam desesperados com o risco de perder a guarda, pois, como eles não tinham a menor condição sanitária naquela habitação, a criança não tomava banho, ia para a escola assim, sofria 'bullying' e não queria mais comparecer às aulas”, acrescentou.
Por meio desta história, a prefeita frisou que a área de habitação tem influência direta na questão da segurança nas cidades. “Começamos um processo, envolvendo arquitetos e servidores públicos, de fazer um mutirão e reconstruir a casa deles, pois era uma família que tinha o principal: o afeto. A história desse menino me faz pensar quantas outras crianças vivem nessas mesmas condições", informou.
Na avaliação da gestora, é preciso ampliar as ações de prevenção para o setor de habitação, algo fundamental à segurança pública, porque os municípios não têm recursos financeiros com o fim de fazer investimentos altos na modalidade popular. As prefeituras dependem do governo federal, enfatizou. "Muitas vezes um programa como o Minha Casa Minha Vida, não é eficiente por si só, já que não considera as peculiaridades e as singularidades de cada região, de cada família”, ressaltou Paula.
Além da prefeita de Pelotas, estiveram presentes o ex-prefeito de Canoas, Jairo Jorge; e os atuais prefeitos de Lajeado, Marcelo Caumo, e de Niterói (RJ), Rodrigo Neves. O seminário teve mediação dos diretores do Instituto Cidade Segura, Alberto Kopittke e Tâmara Biolo Soares, além do jornalista e pesquisador em segurança pública, Marcos Rolim.