Liga solicitou suporte para atividades que devem envolver Pelotas no clima da folia ao longo do ano. Serão 60 desfiles, 50% a mais do que no ano passado
Por Joice Lima 14-01-2025 | 19:45:33
Quem curte Carnaval de Rua de participação popular, embalado por marchinhas tradicionais e músicas populares em ritmo de Carnaval, deve ter ficado surpreso e muito feliz, no ano passado, quando os eventos tradicionais voltaram com tudo, e 40 entidades levaram mais de 60 mil foliões e folionas a pular em 37 desfiles, em diversos bairros de Pelotas. Neste ano, a festa popular organizada pela Liga de Blocos de Rua e Cordões Carnavalescos de Pelotas não apenas se repete como ainda vai aumentar em 50%: serão 60 entidades envolvidas e a Prefeitura de Pelotas já garantiu apoio.
Na manhã de segunda-feira (13), na Casa Dois, a vice-prefeita Daniela Brizolara afirmou à diretoria da Liga que o Gabinete do Prefeito vai se encarregar da divulgação e exploração do potencial turístico do evento e outras secretarias darão suporte em serviços de controle do tráfego na área, segurança e limpeza.
A secretária de Cultura, Carmem Vera Roig, destacou que, como a proposta envolve 58 atividades da Liga, não cabe fazer a solicitação de liberação de uso de espaço público individual pelo Sistema Jus (https://projus.pelotas.rs.gov.br/public/index.php), colocado em ação no final do ano passado. “Será uma excepcionalidade, um evento grande que exige um tratamento diferenciado, precisa ser tratado como um todo”, adiantou.
A Liga fez um mapa com a localização de cada um dos 60 blocos, cordões e bandas carnavalescas da cidade registrados até o momento – os blocos Praeiro e o Museo, que conseguem financiar a estrutura de seus eventos, não pertencem à Liga, mas estão no mapa. Presidente da Liga, Jacqueline Santos conta que foram quatro anos contatando as entidades e coletando informações sobre sua origem, localização, número de integrantes, etc., para fazer um “raio-X” e confeccionar o mapa que dá uma visão geral das atividades carnavalescas de participação popular nos bairros. Os dados também possibilitaram organizar o cronograma, segundo as necessidades de cada uma e evitar que as atividades coincidam. Ela disse que vários blocos aguardam recursos de emendas parlamentares aprovadas para o custeio de banheiros químicos e outras despesas.
A grande maioria das atividades de Carnaval de Rua das entidades da Liga deve acontecer nas datas oficiais do Carnaval deste ano, de 1º a 4 de março e também no dia 5 (Quarta-feira de Cinzas). Algumas dezenas, contudo, ficam de fora deste calendário: o cronograma conta com desfiles em todos os finais de semana de fevereiro e março. A primeira atividade será ainda antes, no dia 26 de janeiro, no Fragata, quando o Bloco de Rua Infantil Siri Cascudo chamará a garotada para desfilar na avenida Imperador Dom Pedro I – a concentração está marcada para as 15h, na esquina com a rua Domingos Guedes Cabral. “Todos estão convidados a participar. Os pais podem trazer os filhos fantasiados, se quiserem”, adianta a presidente Jacqueline. O último desfile do ano será, mais uma vez, com o Bloco Noel, no dia de Natal – 25 de dezembro.
“Todos os desfiles são abertos ao público. Alguns blocos vendem abadás, mas mesmo quem não tiver, pode se unir ao desfile. Queremos todo mundo brincando e se divertindo com o Carnaval de Rua”, destacou Jacqueline.
Participaram da reunião os diretores da Secult Daniel Amaro, Alexandre Mattos e Helenira Brasil, e integrantes da Liga: Márcio Jaguarão, vice-presidente; Jandaia Rodrigues, tesoureira; Kitanji, encarregada de projetos, e Laura Moschoutis, segunda secretária e responsável pelo marketing.
Jaqueline recorda que, em 2015, o governo municipal anunciou que não haveria Carnaval de Rua em 2016. Foi o estopim para que blocos, cordões e bandas começassem a se organizar para o resgate do tradicional Carnaval de participação popular. Há quatro anos, um grupo de cinco amigos – integrantes dos Blocos do Mapa, Praeiro, Bonde da Várzea, Amigos do Sereno e Cordão Carnavalesco Ponto Chic –, todos apaixonados pelo tradicional Carnaval de participação popular, percebeu que era preciso organizar o segmento para ajudar aqueles blocos e cordões que não tinham estrutura. A partir dali começaram a contatar outros grupos e a correr atrás de emendas parlamentares, que ajudassem a custear a estrutura dos desfiles.
Em novembro de 2023, quando já havia 28 blocos, foi realizada uma assembleia e definida a diretoria: “nascia” a Liga dos Blocos de Rua e Cordões Carnavalescos de Pelotas. Em dezembro foi lançado um edital de chamamento público, que organizava o cronograma de desfiles do ano todo e, de 28, passaram a contar com 40 blocos, cordões e bandas. Em dezembro de 2024 foi lançado o último edital e a Liga passou a contar com 58 entidades distribuídas em diversas categorias, desde blocos com menos de 500 integrantes a outros com mais de 10 mil. Um pré-requisito é que cada entidade tenha pelo menos três pessoas na coordenação.