Ciclo de Encontros ‘Rio Grande: Um mar de oportunidades’ ocorreu, no final da tarde de terça-feira (11), ao vivo pela internet
12-08-2020 | 14:35:47
A prefeita Paula Mascarenhas e o promotor de justiça Márcio Schlee Gomes foram os convidados da quarta edição do Ciclo de Encontros On-line “Rio Grande: Um mar de oportunidades”, transmitido ao vivo pela internet no final da tarde de terça-feira (11). O tema da conferência virtual foi o Pacto Pelotas pela Paz, programa de segurança pública municipal, que completa três anos de existência, e os resultados obtidos até então.
“Não há como ter saúde, educação, desenvolvimento econômico, sem resolver a questão da segurança. É um tema central na administração pública. Significa muito mais do que combater a criminalidade: é a construção de uma sociedade em que as pessoas possam se desenvolver”, salientou a prefeita de Pelotas.
Quanto à obtenção de sucesso em projetos de segurança pública, Paula destacou a participação das prefeituras e instituições municipais. Em 2017, quando o Programa foi instituído, Pelotas apresentava uma taxa crescente no número de homicídios a cada ano, e a redução destes se tornou o objetivo principal da iniciativa. De acordo com o promotor Gomes, é o primeiro passo que se deve tomar para combater a violência em qualquer sociedade. “O índice de homicídios de uma comunidade demonstra o seu grau de violência, e o seu nível de civilidade”, observou.
No levantamento feito pelo Observatório de Segurança Pública, exposto pela prefeita, a quantidade de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) mantém-se em queda nos últimos três anos, registrando diminuição de 53% na comparação do período de janeiro a julho de 2020 com o mesmo intervalo de tempo em 2019. Em 2017, foram praticados 70 CVLIs durante os primeiros sete meses do ano, contra 21 ocorrências em 2020.
“Preservamos vidas por um lado, com a diminuição dos homicídios, e procuramos melhorar vidas por outro, com o trabalho de prevenção à violência”, explicou Paula.
Além da redução de homicídios, o Pacto visa combater o roubo a pedestres e de veículos, bem como a perturbação do sossego e reduzir a vulnerabilidade juvenil, por meio das ações do eixo preventivo.
As instâncias do Fórum de Segurança Pública, Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGI-M) e Comitê Integrado de Prevenção (CIP), e a valorização da integração do Executivo Municipal com órgãos de segurança pública, instituições e sociedade civil garantiram o sucesso e continuidade do Programa, com adesão dos envolvidos.
“Desde antes do lançar o Pacto, em 2017, dialogamos muito com vários setores da comunidade. A integração, após três anos, é uma realidade em Pelotas, e as pessoas envolvidas nessa trajetória já se sentem parte de uma mesma equipe, independentemente das fardas que vestem, ou instituições a que pertencem”, lembrou a prefeita.
As Operações Integradas das forças de segurança e fiscalização, executadas para coibir a criminalidade e a perturbação do sossego e, em 2020, com a pandemia do novo coronavírus, fazer cumprir os Decretos Municipais de enfrentamento à Covid-19, chegaram a 629 edições. O montante é constatação de levantamento feito até julho deste ano.
Participam a Brigada Militar, a Guarda Municipal, a Polícia Civil, o Corpo de Bombeiros Militar e os agentes de Trânsito. Em ações específicas, há envolvimento de setores da fiscalização da Prefeitura e da Defesa Civil. Todas as instituições participam do planejamento e da execução do trabalho.
Sobre o eixo de prevenção do Pacto, Paula citou projetos como o Mão de Obra Prisional (MOP); a criação da Fábrica de Artefatos de Concreto – Artecon P, no Presídio Regional de Pelotas (PRP); a abertura da Associação para Proteção e Assistência aos Condenados (Apac) Pelotas; e o projeto Segunda Chance. Todos eles possuem foco na ressocialização de apenados do sistema prisional e de crianças e adolescentes que cometeram algum tipo de infração.
“Para combater a violência é preciso minimizar o poder de comando de organizações criminosas, investir no aparelhamento das polícias, na prevenção, ressocialização de presos e menores infratores”, pontuou o promotor Márcio.
Na prevenção primária, centrada nas crianças e jovens, famílias e ambiente escolar, a prefeita falou acerca do projeto Act – Criando Crianças em Ambientes Seguros, do Banco de Oportunidades, do Start, do Cada Jovem Conta e da metodologia da Justiça Restaurativa. Esta perpassa todas as ações na área preventiva, e até mesmo em outras esferas do trabalho na administração municipal.
“A Justiça Restaurativa, método para solução e prevenção de conflitos, por meio do diálogo, se tornou uma ferramenta de trabalho, e até mesmo durante a pandemia. Com a necessidade de disponibilizar atividades a distância para os alunos da rede, ela foi utilizada nos Círculos de Construção da Paz on-line”, explicou.
Participaram do debate a juíza Fernanda Araújo; a delega da Polícia Civil, Lígia Furlanetto; a delegada da Polícia Federal, Janaína Braido; o superintendente do Porto do Rio Grande, Fernando Estima; e o representante da OAB de Rio Grande, Ary Junior.