Parceria entre Prefeitura e Judiciário integra as ações do Pacto.
Por Ascom 05-03-2018 | 17:25:47
Na próxima sexta-feira (9), o projeto Bons Vizinhos completa três meses de atuação no Residencial Haragano, onde iniciou buscando a pacificação no relacionamento e gerou mudanças no comportamento dos moradores. Com a iniciativa, o projeto formará facilitadores de justiça restaurativa entre os próprios condôminos, que darão seguimento ao trabalho.
O Bons Vizinhos surgiu de uma parceria estabelecida entre Prefeitura e Poder Judiciário, integrando o Pacto através do eixo prevenção social. Em anos anteriores, o projeto atuou em outros condomínios residenciais da cidade, como no Buenos Aires, onde durou cerca de um ano e contou com a colaboração de mediadores e facilitadores de justiça restaurativa do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc).
Para esta edição do projeto, a parceria foi renovada para atuar em conjunto com o Pacto, iniciativa do Município que visa diminuir a criminalidade e promover a paz social, através de ações de prevenção e repressão. Além do Haragano, os residenciais Montevideu e, novamente, Buenos Aires, estão recebendo os facilitadores de justiça restaurativa desde janeiro.
No Haragano, os trabalhos iniciaram em dezembro, com a atuação das facilitadoras Izabel Lopes, Nivia Benites e Marilaine Furmann, que têm desenvolvido círculos restaurativos com cerca de 20 moradores do condomínio. Em encontro realizado no sábado (24), o clima era de emoção devido ao tema escolhido para a conversa, que discutiu os medos presentes no cotidiano, relacionados à segurança pública, inclusão social e acesso à educação. Participando dessa atividade - o que talvez tenha gerado maior comoção dos presentes - estavam moradoras com deficiência física e cadeirantes. Com as dinâmicas de grupo, elas relataram se sentir incluídas na atividade.
“Inicialmente, observei com desconfiança as atividade desenvolvidas pelas facilitadoras, e não pensei que resultariam em uma convivência harmônica entre os moradores. Mas com o passar do tempo, percebi que os moradores foram se abrindo para o trabalho, o que oportunizou o fortalecimento de vínculos entre os vizinhos e melhorando os relacionamentos”, disse a assistente social Neiva Pereira.
Para a facilitadora Marilaine Furmann, que também atua no Residencial Montevideu, a mudança no comportamento dos moradores do Haragano se deu, principalmente, devido ao uso das didáticas da justiça restaurativa.
“O uso do objeto da palavra e a metodologia dos círculos de construção da paz estão resultando em mudanças positivas na relação entre os moradores, através de lições quanto à paciência e convivência em sociedade”, comentou.
Para as próximas etapas do projeto “Bons Vizinhos”, as facilitadoras têm o objetivo de conquistar mais moradores dos condomínios para participarem das reuniões, visto que conforme informou a facilitadora Nivia Benites, a presença é tímida comparada ao total de condôminos de cada residencial.
No Residencial Haragano, os encontros com os moradores ocorrem nos sábados à tarde; no Montevideo, nas segundas-feiras à noite e, no Buenos Aires, nas terças também à noite.
Atuando nos três residenciais, as facilitadoras de justiça restaurativa Marilaine Furmann, Izabel Lopes, Nivia Benites e Cinthia Notari estão se dividindo no desempenho das atividades, buscando desenvolver a educação para o convívio pacífico e tratamento dos conflitos diários sem uso de violência.