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Detentos reformam o mobiliário do Pronto-Socorro

Parceria estende oportunidades de ressocialização ao Regime Fechado

19-02-2018 | 16:11:48

       Presos do Regime Fechado também se tornaram colaboradores na revitalização do Pronto-Socorro de Pelotas. Isso se tornou possível com a ampliação do Projeto Mão de Obra Prisional no SUS (MOP), que utiliza o serviço de detentos do Semi Aberto nas reformas das unidades de saúde, e agora passou a contar com os apenados do Fechado para renovar o mobiliário e equipamentos do PSP.

Foto: Marcel Ávila

      Os artigos são transportados até o Presídio Regional de Pelotas (PRP) onde camas, berços, suportes para soro e outros tipos de produtos hospitalares são revitalizados pelos detentos. O trabalho complementa o realizado pela equipe de presos que conduz a reforma dentro do Pronto-Socorro e em outras obras em unidades de saúde pela cidade. 

      Seja na reforma do PSP ou de seus artigos, a qualidade do serviço impressiona. A iniciativa beneficia a comunidade com a melhoria da infraestrutura para o atendimento e proporciona uma oportunidade de ressocialização da comunidade prisional que, a cada três dias trabalhados, consegue reduzir um na pena. 

“É um grande desafio realizar essa revitalização, principalmente porque eles fazem um trabalho muito profissional. Acreditamos que o acabamento ficará excelente”, afirmou o responsável pelas ações do Programa Segunda Chance, integrante do eixo de prevenção terciária do Pacto Pelotas pela Paz, Leandro Thurow.

    

Fotos: Marcel Ávila

      Tempo de se reciclar

      Na oficina montada dentro do presídio não há espaço para ociosidade. Aqueles que demonstram interesse em agarrar a possibilidade de tornar o cumprimento da sentença um período de recuperação encontram no MOP a forma de voltar a contribuir com a sociedade e se preparar para regressar ao mundo externo. 

“Trazem o material para cá e fazemos a nossa parte. Se Deus quiser, vamos conseguir deixar tudo em estado de novo”, disse o detento que coordena a oficina no presídio. 

      Para outro apenado, poder trabalhar e ajudar outras pessoas é a chave para trilhar o caminho de volta à comunidade.

 “Muita coisa pode ser feita aqui dentro. Quanto mais oportunidades nos derem, melhor. Tem muita gente que quer sair bem daqui”, falou outro colaborador da oficina.

      O vice-diretor do PRP, Hamilton Martins da Silva, disse que oferecer ações como esta dentro do presídio é um ganho importante para evitar conflitos internos e auxiliar na prevenção da reincidência. 

“Para nós esta parceria é excelente, pois ajuda na recuperação do apenado e mostra que ele pode contribuir com a comunidade”, elogiou o vice-diretor.

      Quer ajudar também?

      A Faculdade Anhanguera é uma das colaboradoras do Pacto e recentemente doou 40 galões de tinta para auxiliar nas pinturas realizadas com mão de obra prisional. A oficina montada no PRP conta com maquinário artesanal, confeccionado pelos próprios detentos que reciclam e reutilizam os mais variados tipos de materiais para suprir as demandas que chegam. Mas mesmo com o uso da criatividade, alguns equipamentos apropriados ainda fazem falta para agilizar a produtividade. 

      Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), como luvas, máscaras de solda e aventais de couro estão no topo da lista de produtos não duráveis mais utilizados em todas as frentes de trabalho, internas ou externas. 

      O aprimoramento do serviço ficaria por conta de uma serra policorte de bancada e discos para cortar ferro, furadeira de mão com potência para serralheria, pistola para pintura profissional e plaina para madeira. Todo o tipo de equipamento é bem-vindo, inclusive os usados. Restos de brocas quebradas, por exemplo, são matéria-prima para a confecção de novas. 

      O aproveitamento dos apenados se estende também a trabalhos em construção, o que demanda com frequência areia média, cimento e brita. Na limpeza urbana, doações de uniformes também representam um grande apoio.

      Quem quiser contribuir pode contatar a Secretaria de Saúde (SMS) pelos telefones 3284-9547 e 2184-9508 ou falar com o diretor operacional da Secretaria de Serviços Urbanos e Infraestrutura (Ssui), Gabriel Manske, pelo 98139-4442.

Tags

segunda chance, mop, mão de obra prisional, pronto-socorro, ressocialização

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