Iniciativas de transformação do espaço público promovem a interação com a cidade e auxiliam na prevenção da violência. Somente no novo sistema de iluminação em LED, investimento já ultrapassa R$ 8 milhões
Por Micael Carvalho 10-08-2023 | 17:42:30
Em alusão ao aniversário de seis anos do Pacto Pelotas pela Paz, celebrado nesta sexta-feira (11), a Prefeitura de Pelotas relembra resultados importantes da política pública que tem transformado a realidade do município. Na série de reportagens que explora os avanços obtidos em cada um dos eixos do programa, os principais impactos alcançados por meio do eixo Urbanismo são o tema da terceira matéria do especial.
A partir do investimento em qualificação de áreas públicas, visando o melhor aproveitamento da cidade por parte da população, o Pacto Pelotas pela Paz entende as ações de Urbanismo como ferramentas essenciais no combate à violência. Espaços iluminados, arborizados e com infraestrutura de qualidade estimulam a utilização de praças e parques, promovendo o fortalecimento dos vínculos comunitários.
Nessa perspectiva, considerando a arborização um dos aspectos fundamentais para a qualidade de vida da população, e também com relação à sustentabilidade do município, no ano consecutivo ao da implantação do Pacto, Pelotas registrou números expressivos referentes às ações de manejo arbóreo. Somente em 2018, a Prefeitura realizou a doação de 1,7 mil mudas, disponibilizadas pelo Horto Municipal, além do plantio de 2,4 mil mudas de diferentes espécies arbóreas por diversos locais da cidade.
Simultaneamente ao Pacto, as ações ligadas à gestão ambiental urbana de Pelotas cresceram, se consolidando e, posteriormente, dando espaço para a criação de um novo programa do Município.
Entendendo a necessidade de um programa especificamente voltado para a área ambiental, no início do segundo semestre de 2021, a Prefeitura lançou o Ciclo Verde Pelotas. Idealizado e gerido pela Secretaria de Qualidade Ambiental (SQA), a iniciativa surgiu visando fortalecer ações como manejo arbóreo, arborização urbana e atividades de incentivo ao plantio.
Subdividido em três eixos, o programa contempla os pilares Bairro Verde, Compensatória Verde e Ação Verde, todos voltados para a preservação de áreas arborizadas da cidade. Considerado o eixo de atuação mais próximo da comunidade, o Bairro Verde atua diretamente dentro dos bairros, avaliando as necessidades de manejo arbóreo de cada microrregião da cidade. Localidades como Sítio Floresta, Laranjal, Umuharama, Cohabpel, Vila Princesa, entre outras já foram beneficiadas pela iniciativa.
A Compensatória Verde auxilia na reparação da retirada de árvores por instituições e membros da sociedade civil. Os responsáveis por compensar o dano gerado ao meio ambiente são informados por servidores da Prefeitura e recebem instruções para o plantio correto de espécies arbóreas.
Por fim, o eixo Ação Verde consiste na busca de entidades do terceiro setor que, em parceria com a SQA, realizam o plantio de mudas em áreas verdes da cidade. A aproximação com entidades não governamentais tem o objetivo de tornar o meio ambiente mais agradável para todos.
Os resultados da implantação do Ciclo Verde apresentaram índices satisfatórios e crescentes com o passar dos anos. Ao longo de 2022, por exemplo, a Prefeitura contabilizou mais de 14 mil atividades de manejo arbóreo, dentre podas, plantio, supressão e transplantes, além da doação de 16 mil mudas de espécies nativas e frutíferas.
Para o secretário de Qualidade Ambiental, Eduardo Schaefer, os números levantados são positivos e demonstram a mobilização do Poder Público nos serviços de arborização, buscando a segurança e a melhoria da qualidade de vida das pessoas. "Em 2023, queremos melhorar ainda mais esses números, com mais recursos, qualificação técnica, equipamentos e estrutura. Com os novos investimentos para licitações, tanto de manejo, quanto de plantio urbano, nossa ideia é chegar em até 20 microrregiões com o Ciclo Verde, possibilitando a ampliação dos serviços em diferentes locais da cidade", comenta.
O crescimento do Pacto Pelotas pela Paz evidenciou a demanda de criação de políticas públicas e investimentos relacionados à primeira infância, faixa etária compreendida entre zero e seis anos. Por meio do trabalho coletivo entre secretarias e parcerias institucionais, que tratam da temática do desenvolvimento infantil, a Prefeitura de Pelotas, visando à construção de uma cidade cada vez mais voltada para as próximas gerações, inaugurou, em 2022, o primeiro microparque de Pelotas.
Em uma experiência diferente e histórica no processo de construção, essa foi a primeira vez que estudantes da rede pública de ensino puderam, efetivamente, colaborar nos aspectos construtivos da obra. Por meio do programa Rotas da Primeira Infância, que integra o eixo de Urbanismo do Pacto, durante todo o período de elaboração do projeto, os alunos de duas escolas municipais, próximas à localidade, foram ouvidos para a concretização de um espaço que atendesse às necessidades daquela região.
De acordo com a secretária de Gestão da Cidade e Mobilidade Urbana, Carmem Vera Roig, que esteve à frente do projeto, as escutas foram fundamentais para aproximar a comunidade do espaço desde a fase de planejamento. "Esse trabalho de escuta faz com que as crianças estejam diretamente ligadas àquele espaço que, de fato, é direcionado para elas. Além da participação efetiva na elaboração, elas também plantaram árvores durante a obra, escolheram o próprio nome do parque e desenvolveram o senso de pertencimento, ajudando a preservar o espaço após finalizado e entregue à comunidade", apontou.
Repleto de cores, paisagismo e opções de brinquedos que valorizam a interação com o meio ambiente, o microparque, instalado em terreno de, aproximadamente, 1,3 mil metros quadrados, adota a concepção da Rede Urban95, parceria entre a Fundação Bernard van Leer e o Instituto Cidades Sustentáveis, que visa fortalecer políticas públicas ligadas ao desenvolvimento urbano sustentável e à primeira infância no Brasil.
Além da experiência de construção do Microparque Arvoredo, o programa Rotas da Primeira Infância promove, ainda, ações de Urbanismo Tático, as quais objetivam qualificar a acessibilidade, a segurança e o conforto nos espaços públicos para bebês, crianças e seus cuidadores. As atividades têm como foco as instituições de ensino e seus trajetos até áreas verdes, Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Centros de Referência em Assistência Social (Cras) localizados em seus entornos.
Entendendo que a iluminação pública desempenha papel crucial na funcionalidade e na sustentabilidade das cidades modernas, a Prefeitura de Pelotas tem investido na iluminação em LED em diversos bairros da cidade. Com o avanço tecnológico, a transição das tradicionais lâmpadas incandescentes e fluorescentes para luminárias de LED (Light Emitting Diode - Diodo Emissor de Luz) tem resultado em uma série de benefícios para a comunidade pelotense.
A mudança não resulta apenas em mais eficiência energética, mas, também, apresenta melhorias substanciais na qualidade e no desempenho da iluminação pública. Comparado às lâmpadas tradicionais, o LED consome menos energia para produzir quantidade equivalente de luz, o que resulta na redução de custos e na diminuição significativa na demanda por energia elétrica, garantindo a sustentabilidade e a preservação dos recursos naturais.
Com investimento superior a R$ 8 milhões, desde o início do processo de troca das luminárias, aproximadamente 30 localidades de Pelotas já foram beneficiadas com o novo sistema de iluminação.
Areal
Dunas: 961 LEDs - R$ 979.123,47
Arco-íris: 383 LEDs - R$ 379.285,13
Bom Jesus: 341 LEDs - R$ 318.299,63
Liberdade: 209 LEDs - R$ 255.905,87
Jardim Europa: 252 LEDs - R$ 235.224,36
Querência: 103 LEDs - R$ 96.143,29
Boa Vista: 85 LEDs - R$ 79.363,55
Bela Vista: 30 LEDs - R$ 28.002,99
Arco Baleno: 24 LEDs - R$ 22.402,32
Solar da Figueira: 56 LEDs - R$51.643,97
São Gonçalo
Navegantes: 713 LEDs - R$ 758.465,79
Fátima: 349 LEDs - R$ 405.960,31
Balsa: 153 LEDs - R$ 149.142,99
Cruzeiro: 111 LEDs - R$ 112.206,27
Perret: 101 LEDs - R$ 94.276,43
Passo dos Negros: 39 LEDs - R$ 34.983,00
Centro
Dom Joaquim: 135 LEDs - R$ 178.048,80
Praça Piratinino de Almeida: 12 LEDs - R$ 16.263,72
Quadrado: 20 LEDs - R$ 25.840,08
Três Vendas
Vila Princesa: 650 LEDs - R$ 673.360,66
Sanga Funda: 500 LEDs - R$ 503.119,64
Getúlio Vargas: 451 LEDs - R$ 436.003,33
Pestano: 411 LEDs - R$ 383.639,73
Cohab II: 365 LEDs - R$ 359.409,89
Cohab I: 353 LEDs - R$ 335.407,11
República do Líbano: 81 LEDs - R$ 109.780,11
Loteamento 8 de Março: 61 LEDs - R$ 56.939,23
Laranjal
Balneário dos Prazeres: 774 LEDs - R$ 814.010,64
Recanto de Portugal: 251 LEDs - R$ 234.290,93
As luminárias de LED apresentam, ainda, vida útil mais longa em comparação com as alternativas convencionais. Tal aspecto resulta em menos necessidade de manutenção e substituição frequente, atendendo os custos de mão de obra e materiais. A característica contribui para a redução do descarte de resíduos luminosos, promovendo a abordagem mais ecológica no município.
A partir de todos os avanços obtidos pela iluminação em LED, o sistema tem se tornado referência em projetos de iluminação pública em todo país, e, em Pelotas, a tecnologia já é realidade. Ao adotar o LED como sistema principal de iluminação, Pelotas não apenas economiza recursos, mas, também, melhora a qualidade de vida dos cidadãos e promove práticas mais assertivas para o futuro.